Está no senso comum que o sintoma precisa ser eliminado, como se ainda hoje fosse possível acreditar em uma simples relação de causa e efeito. Que a felicidade precisa e pode ser um estado pleno e principalmente, constante.
Mas sabemos o que a felicidade significa? Ela não pode significar coisas diferentes, para pessoas diferentes, em momentos diferentes de vida? Será que é só o estado da ausência da dor? Ela não pode nos habitar concomitantemente com tantos outros sentimentos e outras sensações?
Já falei disto por aqui, mas o sintoma nada mais é do que um sinalizador de que algo não vai bem. A queixa é super importante, pois é por ela que entramos no outro e em nós mesmos.
O desafio se encontra em identificar a possível origem da dor; em pegar o caminho de volta a ela, podendo encontrar eventos clínicos, viscerais, perdas... Acessar um nível mais profundo da queixa.
A partir dessa identificação de uma possível origem da dor e da liberação da estagnação é que o trabalho mais profundo começa. Respeitando e seguindo o fluxo da sabedoria do outro, mesmo que ainda não tenhamos todas as respostas.
Encarar o sintoma como marco inicial da cura, muda a forma de olharmos para um sofrimento e ajudar o outro a aceitar o convite do corpo:
“E você? E hoje? Tem algum sintoma te convidando a adentrar seu mundo interior? Topa respirar nele um pouquinho? Depois me conta.”
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